Nupage em 2022

2022 foi um ano particularmente vibrante para o Nupage, que celebrou oito anos desde a sua criação.

No primeiro semestre, publicamos a segunda série da coletânea “Gerontologia”. Publicada pela Editora Alínea, “Gerontologia: perspectivas teórico-práticas” foi organizada por Vívian Ramos Melhado e João Paulo Ferreira. Reunindo capítulos de especialistas e profissionais nos campos do envelhecimento e velhice, o livro se constituiu como referência para profissionais interessados na consulta em gerontologia, operacionalizando os saberes gerontológicos em diálogo com os diferentes cenários de trabalho.

No segundo semestre, a revista Physis, do Instituto de Medicina Social da UERJ, publicou em seu número 2 o artigo “‘É difícil temer aquilo que não podemos ver’: o trabalho representacional da Covid-19 e a pedagogia do medo entre vírus e animações”, de autoria de João Paulo Ferreira e Cristiane Vilma de Melo. Ferreira & Melo analisaram como representações sobre adoecimento e morte estiveram imbricadas na constituição imagética da COVID-19, situando expressões de risco e perigo com modelos imagéticos que se sustentavam - e ganhavam capilaridade social - em razão do apelo etnocêntrico e racializante.

A revista Ciência & Saúde Coletiva publicou em seu número 9 o artigo “‘Reservatórios de doenças venéreas’, ‘MSM/HSH’ e ‘PWA’: continuidades, rupturas e temporalidades na produção de bioidentidades no contexto da epidemia de AIDS”, de autoria de João Paulo Ferreira e Richard Miskolci. Por meio das ambivalências e ambiguidades estabelecidas na produção da AIDS a partir de sua característica vinculação a grupos sociais específicos, Ferreira & Miskolci analisaram o impacto de estruturas classificatórias, normativas e vocabulares na conformação da linguagem da patologia formada durante o auge da epidemia. Investigando termos utilizados por autoridades médicas e sanitárias, difundidos nas biociências, os autores examinaram a historicidade da categoria MSM/HSH (homens que fazem sexo com outros homens, em português) e sua reemergência a partir da década de 1980, em um contexto histórico marcado por pânicos morais e sexuais.

Em outubro, o Nupage lançou o Arquivo AIDS, acervo documental que aglutina materiais publicados e organizados por autoridades sanitárias, grupos civis organizados, associações e instituições públicas e mistas durante as décadas de 1980 e 1990, no contexto da epidemia de HIV/AIDS. O arquivo buscou dar visibilidade à resposta brasileira à epidemia de AIDS, a partir de um repositório digital que incorpora fontes históricas de relevância para pesquisadores/as e estudantes interessados/as. A iniciativa foi parte da Política de Acesso Aberto da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que financia o Arquivo AIDS, sob coordenação dos pesquisadores João Paulo Ferreira e Lilia Blima Schraiber.

Em novembro, João Paulo Ferreira participou do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva em Salvador, Bahia, no painel “Trajetórias de vidas ameaçadas: discutindo gênero, raça, etnia, classe, deficiência, juventude e envelhecimento na perspectiva da iniquidade”. Ferreira também apresentou os resultados parciais de sua pesquisa de doutorado no ABRASCÃO, em vídeo na sessão assíncrona. A apresentação sumariza parte dos resultados do artigo “‘Reservatórios de doenças venéreas’, ‘MSM/HSH’ e ‘PWA’: continuidades, rupturas e temporalidades na produção de bioidentidades no contexto da epidemia de AIDS”, supracitado.

As produções vindouras e/ou ahead of print para 2023 podem ser consultadas em nossa biblioteca.


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